sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Estudo: por que o horário político é perda de tempo até mesmo para os políticos

horário-político Em tempos de eleições, candidatos fazem o possível para convencer novos eleitores (e manter aqueles que já os apoiam) a votar neles, inclusive disputar a tapa segundos para falar sobre suas propostas no horário eleitoral. Embora esse tipo de propaganda seja considerado fundamental pela maioria das equipes de campanha, fica a dúvida: funciona? Segundo estudo publicado recentemente na revista Communication Research, não.

 

“Muitas pesquisas mostraram que nós tendemos a nos expor seletivamente a informações que reforçam nossas opiniões”, lembra a pesquisadora Zheng Wang, da Universidade Estadual de Ohio (EUA). “Contudo, este estudo sugere que, mesmo quando expostos a informação, nossa atenção àquilo que nos é apresentado também é bastante seletiva”.

 

“Modo ignorar: ligado”

 

Durante a última campanha presidencial dos Estados Unidos, em 2008, Wang e seus colegas analisaram a reação de 15 estudantes universitários a propagandas eleitorais. Cada um assistiu a 12 propagandas (seis de Obama e seis de McCain) enquanto tinha suas reações fisiológicas (ritmo cardíaco, suor e movimentação dos músculos da face) monitoradas por meio de aparelhos. Depois, os participantes relataram o que achavam dos candidatos de modo geral.

 

Normalmente, se esperaria que ver o candidato do qual a pessoa não gosta a levaria a ficar irritada ou incomodada. Porém, os resultados mostraram que, na realidade, nós tendemos a simplesmente ignorar as propagandas dos candidatos que não nos agradam: quando os participantes assistiram a essas propagandas, seu ritmo cardíaco desacelerou, e quase não houve movimento de seus músculos faciais, o que os pesquisadores reconhecem como pura falta de interesse.

 

Contudo, Wang ressalta que a reação das pessoas diante de uma propaganda é “um processo bastante complexo e dinâmico”. “Além disso, um comercial negativo é diferente de outro, em relação à dinâmica de seu conteúdo e a forma como as pessoas reagem com o tempo; e uma versão de 60 segundos pode ter efeitos muito diferentes de uma versão de 30 da mesma propaganda”, acrescenta. Ainda assim, os resultados do estudo devem causar uma certa preocupação em equipes de campanha.

 

E você, leitor, presta atenção nas propagandas de candidatos de quem você não gosta?

[LiveScience]


http://hypescience.com/estudo-por-que-o-horario-politico-e-perda-de-tempo-ate-mesmo-para-os-politicos/

http://federalismoagora.blogspot.com.br/2012/09/estudo-por-que-o-horario-politico-e.html

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O Prejuízo da Petrobrás

No primeiro mandato do governo Lula foi anunciado ao país, com pompa e circunstância, a autossuficiência energética, seja do etanol, em que seríamos o maior produtor de combustível renovável, como também de petróleo.

Desde então, o que temos assistido é o colapso da produção de etanol, de um lado, e a Petrobrás deslizando continuamente para sua apropriação indébita por parte do PT e sua "base aliada", vítima de processos irracionais de administração e produção.

Assim é o modo petista de administrar: a Petrobras apresentou o prejuízo da ordem de R$ 1,346 bilhão no segundo trimestre de 2012. No entanto, é necessário ampliar a análise desse prejuízo para entender como a falta de planejamento estratégico no setor energético, que sempre esteve a cargo da presidente Dilma, desde a posse do presidente Lula em 2003, nos trouxe até aqui.

Segundo a presidente da Petrobras, Graça Foster, o atual resultado é creditado ao câmbio, ao aumento de importação da gasolina, e aos preços dos combustíveis praticados pela empresa, sob as ordens do Planalto, abaixo dos preços internacionais, num subsídio a toda economia arcado pela estatal.

A importação de gasolina pelo Brasil cresceu 13% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado. Na primeira metade do ano, o consumo de gasolina avançou 7% em relação ao primeiro semestre de 2011.

O governo trabalhava com um cenário de expansão de produção de etanol, o que não aconteceu. Não houve planejamento para aumento de produção de gasolina em território nacional.

As novas refinarias, todas atrasadas em seus cronogramas, também não estão sendo construídas para aumentar a produção de gasolina, serão focadas na produção de diesel.

Ou seja, houve uma falha monumental de planejamento estratégico no setor, o que desencadeou a necessidade de importação crescente de gasolina, o que gera dependência externa e instabilidade de preços internos.

Como é possível o governo incentivar a compra de carros, como foi feito nos últimos anos, sem ter uma correta estratégia de expansão da oferta de combustíveis?

A política de manutenção dos preços internos da gasolina, descolados dos preços internacionais, é um subsídio que mascara a situação da economia do país.

Mantém-se o preço, à custa da Petrobras, para que não haja inflação, já que o aumento dos combustíveis impacta nos custos de toda a economia.

Poderia fazer sentido se fôssemos autossuficientes em petróleo e derivados, mas a alardeada autonomia em petróleo fruto da lorota propagandística do governo Lula durou muito pouco tempo e voltamos a ser importadores e nunca conseguimos autossuficiência em derivados, como a gasolina. O episódio demonstra que não há planejamento estratégico para o crescimento nacional.

Dessa vez o problema está exatamente no setor que a presidente mais domina: o de energia, o que desmente a sua tão exaltada competência administrativa.

Os governos Lula e Dilma não conseguiram, até hoje, formular uma política de desenvolvimento nacional, tendo sido guiados pelos ventos internacionais e respondido à conjuntura, sem projetar um futuro para o país.

(Recebi este texto como sendo de Roberto Freire - não tenho certeza se é dele)